Não!Não pra sucumbir: que a paz tome lugar à nossa mesa e venha embriagar-se nas ternuras de que nós formos capazes.
Paz! Por um momento quero fitar-te os olhos sem rodeios nem tristes lembranças, esquecer esses pequenos desencontros que nos enregelaram a alma.
Eis! Ofereço-te no vinho dos encontros o que de melhor tenho em mim, pois como o vinho quero enesgotável, a cada encontro quero ser pródiga dádiva.
Ah, teu riso e tua voz se nutrirão dos meus e eu beberei da tua dança e do teu cheiro; estaremos sedentos cada vez que nos unirem os acasos e os desejos.
Mas, se o destino algum dia quiser nos separar, que a distância não fenda o coração com a certeza de duros desencantos. E que no tempo permaneça uma esperança.
Pelo bem do nosso amor peço uma trégua.
Borges de Garuva In Cobaia
Postado por DIONE
EM SETEMBRO OUTRA VEZ
Em setembro, quando a alma rejuvenecer... Quando reflorir a serra, Outra vez... E, a vida retornar, Voltarei a te amar no amanhecer.
Quando as flores,perfumadas, Embelezarem os desnudos galhos, Na serra abandonados... Voltarei a recolher, com minhas mãos, As flores que foram tuas, Outra vez...
Como teus beijos que recebi um dia, Quando setembro vier, Outra vez...
E, não te deixarei mais, Envolverei teu corpo com tal ardor, Que sentirás todo o meu calor. E, sem desprezo, E, forçando mais, Me abaraçarás Com todo amor...
E, serei, então, como cipó selvagem a enlaçar A árvore de teu corpo virgem, Num abraço longo, Até a morte me alcançar. E, secando-te matarei tuas flores, também, Mais uma vez...
Como mortos e frios, Ainda, me lembro, Foram teus últimos beijos, Em setembro, Outra vez...
Lindolpho Prado In Em Setembro...Outra Vez
Postado por DIONE
by Sue Kennedy
Foto de L Lemos
VENDAVAL
As folhas mortas, Pelo ar perdidas, Arrancadas pelo vendaval, Das formas esqueléticas de árvores sem vida, Caem nas alamedas tristes.
São como ilusões de nossas vidas, Que alimentamos com a seiva De um amor grande e puro, Retido no tronco rígido de peroba antiga.
E o vendaval de nosso outono Chega sem aviso E, julgando-nos jovens, cheios de vida, Arranca de nossos corações A alma embevecida, Atirando ao ar em rodopios, Espalhando pelas alamedas frias, As últimas ilusões de nossas vidas, Como folhas mortas perdidas.
Lindolpho Prado In Em Setembro...Outra Vez
Postado por DIONE
VIAGEM
Estive longe, bem longe... Tornei-me pequeno... Empinei papagaio... Apanhei (Vara de marmelo dói.
Puxão de orelha também!...) Deixei pegadas miúdas no chão frio e branco de geada...
Senti a carícia da água cristalina
do rio amigo... Persegui borboletas amarelas... Colhi a rosa perfumada do jardim... Vivi o colorido do domingo... Ouvi o bimbalhar do sino... - Dona Saudade visitou-me...
Delores Pires In A Estrela e a Busca
Postado por DIONE
18/06/2010 - Morre, aos 87, o escritor português José Saramago Autor de 'Ensaio sobre a cegueira' morreu nesta sexta nas Ilhas Canárias.
A HUMANIDADE PERDE HOJE GRANDE PARTE DE SUA CORAGEM;
PERDE GRANDE PARTE DE SUA CLAREZA;
PERDE GRANDE PARTE DE SUA ASTÚCIA;
PERDE GRANDE PARTE DE SUA BELEZA!
A HUMANIDADE PERDE HOJE...
...GRANDE PARTE DE SUA HUMANIDADE!
QUE O PARAÍSO DOS GÊNIOS RECEBA-O COM OS BRAÇOS ABERTOS DA MESMA FORMA QUE ELE ABRIU NOSSAS MENTES, NOSSOS CORAÇÕES E NOSSAS ALMAS.
"Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro."
JOSÉ DE SOUSA SARAMAGO
16/11/1922 - 18/06/2010
Esquecer de tudo Entrar num mundo quieto e mudo... Sentir apenas um calor Aquecer o corpo todo E num amor profundo Ser rodeado só de amor... E em cada canto Em qualquer espaço Nunca sentir o pranto Mas apenas sentir o abraço... Amar,apenas amar Esquecer de tudo Sem nunca reclamar Dos dias escuros Nos olhar ler o poema mundo Duma paixão louca Sem limite ou futuro... E gritar até a voz rouca Que o mundo é esquecer Só o sol,o sol do amor Deve a alma esquecer...